segunda-feira, 20 de abril de 2009

Teorias do House


O Dr. House tem umas teorias bem interessantes, que usa para se escudar do convívio dos seres humanos de modo geral e de seus pacientes em particular. Tem uma visão cínica das pessoas e não se importa com a maioria delas, ou pelo menos se esforça para que todos acreditem nisso. Suas teorias são bem elaboradas e têm bastante lógica, a maioria partindo do princípio de que os seres humanos não são confiáveis.

A primeira delas, que aparece já no episódio 1 da primeira temporada, é ótima e simplifica seu modo de pensar: ele não gosta de conhecer os pacientes que trata e acha que sendo um diagnosticador esse contato é perfeitamente dispensável. Partindo do princípio de que as pessoas mentem, acha que não deve conversar com eles para evitar que mintam e assim o conduzam a cometer um erro de julgamento. Prefere fazer o diagnóstico baseado em fatos científicos e em sintomas, sem mentiras que o desviem ou que o enganem.

Quando perguntado porque resolveu fazer medicina, já que não se preocupa com seus pacientes, - pelo menos aparentemente - respondeu apenas: "para exercer a medicina". Curto, grosso e cínico como sempre.

Depois de saber que ele resolvera admitir em sua equipe um outro médico porque soubera que ele tinha ficha na polícia (e ele poderia precisar de alguém que não se incomodasse de infringir as leis em favor da medicina) a médica de sua equipe foi questioná-lo para saber porque ela a contratara. "Porque você é bonita" - respondeu ele.

Indignada, ela perguntou a ele se queria dormir com ela. "Eu não disse isso" - explicou ele - "mas uma mulher linda como você não precisaria fazer nada para se dar bem. Mulheres lindas que fazem medicina são raras e acho que têm alguma mágoa muito grande." Aparentemente ele acertou em cheio - como sempre.

Já nesse primeiro episódio um paciente ficou laranja de tanto comer cenoura, e o House disse que se a mulher dele não percebera a gradativa mudança de cor dele é porque não estava mais prestando atenção nele, e portanto estava tendo um caso. Apostando sempre no pior das pessoas, ele acerta na maioria das vezes: era verdade.

O House é isso, mesmo descrente da raça humana exerce medicina, pelo puro prazer de acertar. Seu desafio não é salvar vidas e sim descobrir o diagnóstico correto, como se fosse uma charada. Sempre aposta no pior do ser humano, acha que todos são movidos por sentimentos egoístas e motivos na maioria das vezes nada nobres para fazer suas escolhas.

No fundo não é bem assim, acho que ele torce para estar enganado, ou talvez preferisse estar, mesmo quando acerta em cheio (quanto às pessoas). Ele não se contenta em diagnosticar doenças mas também "diagnostica" as pequenas falhas daqueles que o cercam. Isso às vezes o torna pedante e insuportável até para sua chefe, que sofre para domar a fera. Ela bem que se esforça mas é briga de cachorro grande. Ela também recorre a todos os artifícios possíveis, nem sempre justos, nem sempre politicamente corretos, para conseguir o que quer dele, e a ética fica fora dessa verdadeira batalha que os dois travam em segundo plano, enquanto o enredo principal se desenrola.

Quem ganhará essa batalha? Só o tempo dirá.

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